Considerando o desempenho e a recepção dos modos multiplayer de Assassin’s Creeds anteriores, muita gente deve ter estranhado o fato de a Ubisoft ter sumariamente evitado qualquer abordagem multijogador competitiva em Assassin’s Creed Unity. Afinal, porque não haverá os tradicionais confrontos entre assassinos no novo game? Bem, basicamente, porque a coisa toda foi engendrada visando à cooperação.
Trata-se de uma questão de foco, portanto. “Nós fizemos escolhas logo no início do desenvolvimento do game, assumindo a direção de experiências compartilhadas”, disse o designer de fases de Assassin’s Creed Unity, Bruno St-André, em entrevista ao site GamingBolt. “Isso significa que nós desenvolvemos mecânicas centrais com inclinações mais para a cooperação do que para o confronto.”
De acordo com St-André, a ideia foi forjar as lutas de tal forma que diversos jogadores pudessem utilizar abordagens estratégicas contra a I.A. (inteligência artificial) do game — a qual deve reagir de forma diferente (personalizada) em cada encontro. “O mesmo vale para a navegação e para as mecânicas de furtividade”, ele continua. “Todo o nosso esforço e as nossas decisões se basearam nesse tópico. Nós realmente quisemos nos focar nisso.”
Além da revisão completa efetuada sobre a I.A. de Assassin’s Creed, a Ubisoft também trouxe para Unity uma possibilidade convenientemente chamada de “mecânicas adaptativas de missões”. Basicamente, trata-se de uma tentativa de minimizar os reinícios de missões.
Em vez disso, a trama deve simplesmente se “adaptar” às possíveis alterações de percurso que os assassinos possam ocasionar durante as missões. Algo de valor inestimável para o multiplayer cooperativo, naturalmente. “Faz seis anos que eu trabalho com a marca [Assassin’s Creed]”, disse St-André ao referido site.
“Eu trabalhei em Assassin's Creed 2, Brotherhood, Revelation, Liberation e, agora, em Unity”, ele acrescenta. “Praticamente em todos os anos há pedidos dos fãs relacionados à possibilidade de jogar cooperativamente, e nós finalmente vamos conseguir isso com osconsoles da nova geração.” O designer conclui afirmando que se trata, de fato, de um direcionamento que deve ser fortemente mantido pela equipe de Unity.
De fato, vale notar que a criação de um universo capaz de se acomodar a até quatro assassinos trabalhando conjuntamente é uma realização e tanto — sobretudo em uma Paris incrivelmente orgânica, de ruas lotadas de centenas de transeuntes.